Não é exagero dizer que POLTERGEIST, O FENÔMENO marcou uma geração. Lançado em 1982, o filme fez muito marmanjo ter pavor de ir até a sala escura desligar a TV que ficou fora do ar. O diretor creditado era Tobe Hooper – um especialista em assustar plateias desde os anos 70 quando ele transformou em filme a história (real e pra lá de macabra) de O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA. Mas o próprio Hooper confirma que quem dava as cartas era mesmo Steven Spielberg. Na época, Spielberg (que já era o autor da história e produtor executivo de Poltergeist) se preparava para filmar E.T. – O EXTRATERRESTRE em locações vizinhas – repare nas semelhanças dos cenários entre os dois filmes: praticamente o mesmo típico subúrbio classe média na Califórnia). O menino prodígio de Hollywood já colecionava bilheterias milionárias com TUBARÃO, CONTATOS IMEDIATOS DO TERCEIRO GRAU E OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDA e era figura constante nos sets. Poltergeist é sobre seus medos na infância – de bonecos, de palhaço, de armários, do que estivesse debaixo da cama… o próprio Spielberg define como “uma história de fantasma suburbana- seu pesadelo pessoal”.
Bom… você pode não concordar comigo, mas um pesadelo pessoal do Spielberg tende a ser infinitamente melhor do que a média dos pesadelos. Parece que isso não foi levado em conta quando os produtores tiveram a obvia ideia de reciclar a história de Poltergeist para novas gerações. Talvez a intenção fosse até boa. Chamaram Sam Raimi para produzir a refilmagem. Raimi é um cineasta de respeito que, nos idos dos anos 80 aterrorizou meio mundo com A MORTE DO DEMÔNIO (e, já nos anos 2.000, alcançou a glória com a trilogia do HOMEM-ARANHA).
Mas a visão de Raimi e do diretor Gil Kenan renderam uma versão pálida do filme original. Os efeitos especiais são melhores, é claro. O 3D tem lá a sua razão e ser e o roteiro investe em momentos de humor e nostalgia que tentam recriar o clima de suspense do Poltergeist original. A história é a mesma (família de classe média se muda para casa do subúrbio que é amaldiçoada por espíritos por ter sido construída sobre um antigo cemitério), mas a sensação é de que faltou a inspiração e a criatividade que Spielberg tinha de sobra. Na dúvida, fique com o original que é assustador até pelas suas histórias de bastidores. As mortes repentinas de quatro atores que participaram de Poltergeist também deram uma mãozinha para tornar o filme mais assustador. Reza a lenda que a justificativa para toda esta maldição, era a de foram usados esqueletos de verdade na cena da piscina, causando a ira dos espíritos.
Tá vendo? Isso é o genuíno pedigree de filme um clássico do terror. Uma coisa é ir ao cinema e sentir medo – a outra é levar um susto daqueles de curar soluço. E é só a isso que se resume o novo Poltergeist.
A family's suburban home is invaded by angry spirits. When the terrifying apparitions escalate their attacks and take the youngest daughter, the family must come together to rescue her.
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