A Última Sessão

Não é raro que personagens secundários roubem a cena de protagonistas. Esses coadjuvantes muitas vezes fazem o trabalho sujo: são impiedosos vilões do naipe de Darth Vader em “STAR WARS”, o Coringa de “BATMAN: O CAVALHERO DAS TREVAS” ou os Minions de “MEU MALVADO FAVORITO”. A animação lançada em 2010 era estrelada por Gru, o inimigo público Número Um da humanidade que precisava se desdobrar para não perder o posto. Gru contava com a ajuda dos Minions, seus fieis e desengonçadas assistentes: as pequenas criaturas amarelas, sempre vestidas em macacões jeans e loucos por bananas, se tornaram as queridinhas da criançada. “Meu Malvado Favorito” e sua sequência somaram mais de 1,5 Mi dólares. Isso sem falar no lucro extra que os Minions – e seus produtos licenciados – garantiram aos produtores. 

“MINIONS”, em cartaz nos cinemas, é uma tentativa de transformar os adoráveis diabinhos em protagonistas de verdade. A história mostra o surgimento dos seres como organismos unicelulares antes mesmo do homem pisar na Terra. Com o tempo, eles vão evoluindo e buscam servir aos mais desprezíveis mestres. De T. Rex a Napoleão Bonaparte, os amarelinhos servem a toda sorte de meliante até descobrirem Scarlet Overkill, a “primeira supervilã do mundo”. Scarlet sonha em roubar a coroa da Rainha Elizabeth II e os seres amarelinhos vêm a calhar para seus planos de conquista. 

É bem verdade que é praticamente impossível resistir à simplicidade e simpatia desses personagens atrapalhados, sempre se metendo em confusões e brigas entre si. Os Minions são uma versão multiplicada dos Três Patetas e, desta forma, são especialistas em arrancar gargalhadas de crianças e marmanjos em atuações de pequena duração. O problema é que eles são coadjuvantes perfeitos. Daí para segurar um filme de 90 minutos já é outro desafio… A animação tenta segurar as pontas com momentos inspirados, como a ambientação nos anos 60, as recriações de Orlando, Nova York e Londres, a deliciosa trilha sonora com os Beatles e os Stones, The Doors, The Kinks, Jimi Hendrix, The Who, a participação especial de uma jovem Rainha Elizabeth… O resultado são algumas boas gargalhadas, mas que estão longe de serem memoráveis. Talvez quando retornarem em “Meu Malvado Favorito 3”(previsto para 2017), os Minions voltem a fazer aquilo em que são especialistas: roubar a cena no papel de coadjuvantes que, por si só, já valem o preço do ingresso.