A história de Louis Zamperini é quase inacreditável: o garoto de descendência italiana cresceu dando problema aos pais, imigrantes nos Estados Unidos dos anos 1910. Entrou para a equipe de corredores do colégio onde estudava e, em 1936, chegou a brilhar das Olímpiadas de Berlim. Seu sonho era ser campeão na Olímpiada seguinte, em Tóquio, mas a competição acabou cancelada por causa da 2ª Guerra Mundial. Louis voltou para casa, alistou-se na Força Aérea. Seu avião caiu e ele, ao lado de outros dois companheiros, ficou a deriva por 47 dias. Foram resgatados por japoneses e encaminhados para um campo de prisioneiros. Até o fim da guerra, Louis se tornou alvo da fúria e frustação de um sádico militar japonês. Sua vontade de sobreviver, resistência e o tornaram quase uma lenda nos Estados Unidos.
É de se estranhar que o livro onde Louis Zamperini conta a sua história, publicado em 1957, tenha demorado tanto para virar filme. Angelina Jolie é uma das que se apaixonaram pela sua jornada de dor e superação. A atriz/diretora usou todo o seu poder de fogo para que a história se transformasse em INVENCÍVEL, sua segunda empreitada por trás das câmeras. O resultado é bom, mas podia ser bem melhor.
Angelina moldou um filme para fazer a plateia se emocionar, se indignar e sair da sala de cinema inspirada. Tecnicamente é tudo perfeito: Angelina escolheu um diretor de fotografia especialista no tema superação – Roger Deakins é o responsável por UM SONHO DE LIBERDADE. O roteiro foi revisado por quem entende do ofício: os irmãos Joel e Ethan Cohen. A trilha sonora do compositor francês Alexandre Desplat enaltece os momentos dramáticos e nos avisa que é hora de chorar. Angelina soube como fazer cenas inspiradas de batalhas aéreas e brilhou também na angustiante rotina dos soldados náufragos. A escolha do seu protagonista também foi certeira: Jack O´Connel tem a empatia certa para nos fazer torcer por ele, sofrer junto com ele. E o cantor de J-Pop Miyavi, como o oficial japonês que impõe duríssimos castigos a Zamperini, também é um achado. Mesmo com todos estes trunfos na mão, INVENCÍVEL não é um grande filme. Apesar das boas intenções de Angelina Jolie, faltou a ela a maturidade de um Clint Eastwood, a inspiração de um Steven Spielberg ou de um Quentin Tarantino, só para citar três cineastas pra lá de consagrados que fizeram, cada um ao seu estilo, filmes marcantes sobre a Segunda Guerra Mundial. Se você gosta de filmes de superação, baseado em pessoas reais, você vai adorar INVENCÍVEL. Mas Louis Zamperini e sua biografia mereciam bem mais.
A chronicle of the life of Louis Zamperini, an Olympic runner who was taken prisoner by Japanese forces during World War II.
Ainda não há comentários!